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A Relação com a Morte na Adolescência
ADOLESCENCIA
O adolescente reconhece que a morte é universal e definitiva, porém este reconhecimento da morte é diferente da visão do adulto. Emocionalmente o adolescente esta distante da morte, quero dizer, que pensa pouco a respeito dela e sua atenção esta mais voltada para a vida. Nesta fase do desenvolvimento, as inúmeras demandas estão ligadas a busca de sua identidade e estas se tornam mais importantes.
Por ser a adolescência uma fase de diferentes transformações, emocionalmente o adolescente estará mais centrado em superar suas inquietações internas. Enfrentará mudanças biológicas, psicológicas e sociais e em consequência será convocado a diversos desafios.
Para chegar à aquisição de sua identidade, terá rompimentos com coisas que lhe eram importantes e lhe representavam e formará novos laços com o desconhecido.
Terá ao mesmo tempo a tarefa dolorosa de elaboração de lutos ligados a perda do corpo da infância, de sua identidade de criança e também dos pais da infância.
É um tempo de busca para descobrir quem se é quando tudo esta em transformação.
As emoções serão conflitantes, haverá lutas para manter o autocontrole e expressar-se por si, sob pressões de impulsos que exigem atenção.
O adolescente despertará para sonhos e ideais e se lançará na busca de sua realização. Sua libido estará focada em experimentações e conquistas, havendo pouco espaço para pensar na morte.
É convocado culturalmente para a preparação de sua vida adulta passando por desafios em busca de conhecimento e estudos para o desenvolvimento profissional, o desenvolvimento social e afetivo através das relações em grupos de iguais e de vivencias amorosas.
O sentimento de imortalidade presente de alguma forma em todos nós atinge seu topo na adolescência, uma vez este precisa reunir forças para vencer suas batalhas e seus temores.
O adolescente que se sente muito mobilizado pelos seus medos encontra maior dificuldade nesta fase do desenvolvimento e algumas vezes influenciando negativamente na formação de sua personalidade. Um melhor equilíbrio para lidar com os medos não aparece nesta fase, isto virá depois com o amadurecimento. Na adolescência um intenso medo e a negação do medo tende a predominar
O adolescente com todas as potencialidades psíquicas e físicas tem nesta fase o fervor da vida e a vive intensamente, ficando desta forma distante da tarefa de conscientização de sua finitude. Seu lema é viver como se a morte não existisse.
As atividades são desejadas muitas vezes pelos seus desafios onde os jovens experimentam os seus limites. Neste combate muitas vezes os jovens extrapolam estes limites, sem reconhecimento das adversidades ou da derrota, e é nestes momentos em que eles desafiam a morte. Vivem algumas vezes situações de altíssimo risco sem se dar conta disto, levando em consideração a aventura e a atitude heroica em jogo.
É nesta fase que vimos mais claramente a forte conexão da vida com a morte.
Lambem o fio da navalha na busca de conseguir se experimentar, se assegurar de seu poder e pelo desejo de chegar a um lugar seguro que para eles virá com a reafirmação de suas capacidades.
Este período da adolescência pode ser mais ou menos conturbado e isto dependerá de diversos fatores, porém a crise da adolescência é inevitável para um bom desenvolvimento do individuo.
São diversos momentos de desequilíbrios e de instabilidades necessários, na busca de uma identidade que o represente, caracterizando ao final um estado maduro de personalidade.
O adolescente exigirá do meio, principalmente familiar, compreensão e cuidado, pois precisará de um tempo para elaboração desta fase.
Indicação de Filme:
Nome: O Caminho dos Ingleses
Titulo Original: El Camino de Los Ingleses
Direção: Antonio Bandeiras
Roteiro: Antonio Soler
Ano: 2006
País : Espanha/Reino Unido
Texto de autoria de Rosângela Martins - Todos os direitos reservados
Psicóloga Porto Alegre
CRP 07/05917