A fantasia tem na infância uma função importante. As crianças aprendem e se desenvolvem através do uso da fantasia.
A fantasia ajuda a criança a entender o que se passa ao seu redor, contribuindo também para formação da sua personalidade. A criança expressa suas preocupações através dos personagens que escolhe e das historias que cria. Por exemplo: uma criança pode fantasiar ser médico quando deseja cuidar de alguém de quem gosta e que esteve ou está doente. Ela pode fantasiar ser um super-herói procurando compensar a fragilidade que sente.
Algumas vezes os pais se assustam com as fantasias dos filhos pensando que estas possam expressar a realidade. Uma das preocupações que os pais têm é quando, por exemplo: seu filho se fantasia de menina. O fato de um menino se fantasiar de menina não quer dizer que será um homossexual no futuro. A criança poderá com isto estar trabalhando seus aspectos masculinos e femininos, aprendendo a noção de cada papel.
A fantasia e a brincadeira contribuem para que a criança reconheça seus sentimentos, entre eles a agressividade. Através da fantasia a criança aprende a controlar este sentimento, buscando também uma forma socialmente aceita para descarregar sua energia agressiva.
A fantasia varia conforme a idade. No início da vida a criança aprende muito através da imitação. Já com dois ou três anos a tendência a imitar é substituída pelo desejo de se tornar àquela pessoa. Porém nesta idade já tem a noção da fantasia e da realidade e à medida que vai crescendo maior é esta noção de limites entre a ficção e o mundo real.
À medida que os conhecimentos e as experiências aumentam a criança passa a se tornar capaz de ampliar seu poder de fantasia. Quando alguns pedaços de folhas e terra podem se transformar em comida.
Entre os cinco e oito anos, quando a criança possui a capacidade de simbolização mais formada, ela passa então a poder fantasiar algo sem necessariamente ter o objeto.
Na pré-adolescência a criança passa a conter suas fantasias, querendo maior privacidade e passando a brincadeiras com regras pré-estabelecidas. Esta escolha de brincadeira ocorre possibilitando a preparação para a nova fase que se anuncia: a adolescência.
Texto de autoria de Rosângela Martins - Todos os direitos reservados
Psicóloga Porto Alegre
CRP 07/05917