O estresse pós-traumático ou síndrome pós-traumática se instala quando a pessoa vivencia uma situação em que os estímulos recebidos excedem a capacidade que ela tenha no momento de absorver o acontecido, deixando no psiquismo uma marca duradoura.
Trata-se de uma situação aterrorizante, desastrosa e ameaçadora.
É algo inesperável, excessivo, que viola as barreiras de proteção emocional.
A situação vivenciada gera o desconcerto, a incapacidade de significar, colocar em alguma lógica imaginável.
Embora cada um reaja a um acontecimento de forma diferente e os resultados emocionais serem também diferenciados, entende-se que o que causa o estresse pós-traumático é aquilo que particularmente gera o excesso das capacidades psíquicas.
Refere-se a uma situação vivenciada que desperta o sentimento de forte desamparo podendo se tratar de uma ameaça real ou subjetiva à própria vida, ou à vida de pessoas queridas, ou algum dano ao corpo.
Entre as experiências que podem ser desencadeadoras deste quadro estão os assaltos à mão armada, acidentes diversos que envolvem a integridade física da pessoa, sequestros, violências sexuais entre outras.
Logo após o evento traumático a pessoa apresenta certo torpor emocional como se estivesse anestesiada.
A experiência traumática perturba o juízo a respeito da vida, gerando confusão e insegurança. Há uma perda do interesse por coisas que antes eram importantes.
Há uma revivência persistente do evento traumático o que gera extremo sofrimento. A ocorrencia de pensamentos intrusivos e pesadelos são muito frequentes.
Acontece um comprometimento da vida social à medida que a pessoa receia encontrar-se com algum estimulo externo que lhe remeta a vivência traumática. Como se estivesse com um ferimento aberto onde fica exposto, temendo algo que reacenda a dor da ferida.
Comportamento hipervigilante, de insegurança, dificuldade de concentração e muitas vezes reações de pânico são sintomas mais frequentes.
A reação ao trauma pode ser aguda, com duração limitada, ser crônica e ainda ter uma manifestação de sintomas tardios, ou seja, passam alguns meses até que a pessoa manifeste os primeiros sinais.
A duração dos sintomas também é variável. Estudos revelam que muitas vezes os sintomas não excedem três meses, em outros podem durar por um ano ou mais. Em alguns casos podem gerar uma alteração permanente na personalidade.
A psicoterapia e em alguns casos seguida do uso de medicamentos é necessária.
O tratamento propõe à compreensão do impacto sobre a pessoa do evento traumático, considerando a sua singularidade. Visa à inscrição desta experiência em sua historia de vida, como forma de absorver algo que lhe invade contra a sua vontade, mas que passa a fazer parte de sua vida.
Indicação de Filme:
Nome: Sem medo de viver
Título Original:Fearless
Direção:Peter Weir
Roteiro:Rafael Yglesiasi
País:EUA
Ano:1993
Texto de autoria de Rosângela Martins - Todos os direitos reservados
Psicóloga Porto Alegre
CRP 07/05917