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O Passar do Tempo e o Final do Ano

ADULTO

Mais um final de ano esta chegando!

Como muitos que já passaram, reiteradamente.

De repente sem perceber ele chegou. Assim como chegam outras datas como: aniversario, carnaval, páscoa ou o que quer que seja que chega despertando o adormecido.

De repente acordamos por avisos, seja do calendário, do burburinho das pessoas, dos meios publicitários, ou de alguém que por algum motivo diz: Que dia é hoje?

Acordamos de sonos muitas vezes profundos, para perceber através destes sinais de que o tempo passou.

Que magia é esta?

O que aconteceu com o tempo?

Onde estávamos quando de repente chegamos a algum ponto, uma ruptura da rotina, seja ela qual for, para perceber que o tempo passou.

Estávamos mergulhados em sonhos, esperanças, cumprimentos de tarefas e ou alguma ilusão.

Algo do qual acreditamos e depositamos o nosso tempo.

Este tempo do qual ganhamos ou perdemos.

Na magia do tempo não se sabe, o tempo de cada um.

Um tempo baseado em sonhos. O sonho do adormecido.

O despertar do sonho algumas vezes assusta.

E as datas festivas vêm despertar.

Os que despertam bruscamente podem ficar muito perturbados, pois as emoções que embalavam o sonho saltam para fora com esta brecada ou colidem com a realidade irrompendo em novos sentimentos.

Faz-se assim o festival da loucura. Inúmeros sentimentos encobertos pela rotina vêm à tona nesta época do ano.

Medos, Solidão, Euforias, Angustias, Anseios fazem a festa!

As lembranças de tantos sonhos apoderam-se de nós, junto com a saudade e um devaneio do passado.

O compromisso que paira no ar de que as pessoas devem se reunir, estarem felizes e comemorar, pode trazer entusiasmo ou desespero.

Logo, surge uma demanda de compromissos que se impõem, para muitos com uma obrigatória necessidade de cumprimento, mesmo que não se deem conta disto, a fim de obter o passe de acesso a um "final de ano feliz". Práticas de sobrevivência, a fim de gerar a sensação de estar em dia, de acordo com as demandas deste período e ou acalmar os demônios.

São muitas mensagens de felicitações, presentes, roupas especiais, comidas diferenciadas, praticas de caridade etc.

Atitudes muitas vezes pré-fabricadas para ocasião.

Se a super ocupação durante o ano fez adormecer e o final do ano despertou, a apelação as inúmeras tarefas festivas, convidam a um repetir insidioso que nada mais faz do que colocar a dormir novamente.

São tentativas de despersuadir os sentimentos que surgem nesta época, despista-los pelo temor de não saber o que fazer com eles.

Vem o convite a pratica do esquecimento pela ação.

Difícil mesmo é estar ali presente de corpo e alma, para um momento de compreensão através dos sentidos. A experimentação pausa e abranda o tempo. Traz outra percepção do tempo vivido.

Este seria o tempo necessário das coisas, o tempo do sentir, um possível encontro com si mesmo, com suas reais necessidades e quem sabe assim com o outro. Algo tão difícil, estranho ou bizarro para estas épocas onde tanto se esperam um do outro e onde tanto se espera de si.

Não se para, não se sente, não se experimenta logo não se sabe do tempo das coisas.

Loucura é pensar que aquilo que se demanda nestas datas, que faz parte do teatro humano, possa preencher o vazio da alma.

O melhor é entender que esta é a loucura humana, com as múltiplas facetas das quais o homem se esconde de si mesmo e assim sendo, poder perceber e sentir sem a intensão de atacar ou criticar, a fim de ver nestas datas possíveis formas criativas de novas possibilidades de experimentação, de viver a magia do tempo.

Texto de autoria de Rosângela Martins - Todos os direitos reservados
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